sexta-feira, 22 de abril de 2011


Bento XVI medita sobre Paixão e Morte de Jesus em seu livro


Da Redação, com Agência Ecclesia


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Capa do segundo volume do livro do Papa
O novo livro dde Joseph Ratzinger - Bento XVI, intitulado "Jesus de Nazaré" (Parte 2), dá amplo destaque aos acontecimentos que envolveram a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, momentos que os católicos de todo o mundo celebram nestes dias, durante a Semana Santa.

Ao escrever sobre a agonia de Jesus no Horto das Oliveiras e da sua prisão, o Papa afirma que Jesus sentiu “perturbação diante do poder da morte”, dentro de um duelo entre “luz e trevas”:
"A angústia de Jesus é algo de muito mais radical do que a angústia que assalta todo o homem face à morte: é o próprio duelo entre luz e trevas, entre vida e morte”.
Bento XVI classifica o discípulo Judas como um “traidor”, afirmando ainda que essa traição continua na história da Igreja.
Joseph Ratzinger escreve que “o próprio Deus 'bebe o cálice' de tudo aquilo que é terrível e, assim, restabelece o direito por meio da grandeza do seu amor, o qual, através do sofrimento, transforma a escuridão”.
E neste momento da agonia de Jesus, quando os díscipulos dormiram, o Santo Padre declara que a “sonolência dos discípulos permanece, ao longo dos séculos, a ocasião favorável para o poder do mal”, alerta ainda.
Sobre a Última Ceia, Bento XVI assinala a divergência entre os relatos do Evangelho de João e o dos chamados sinóticos (Marcos, Mateus e Lucas) quanto ao dia em que ela aconteceu, mas mantém a indicação de que teria acontecido numa quinta-feira.



Em 2007, falando no Vaticano, o Papa ressaltou que Jesus celebrou a Páscoa com os seus discípulos, provavelmente, segundo o calendário de Qumran, portanto, pelo menos um dia antes do que é narrado nos Evangelho sinóticos.
Mais adiante, o livro assinala que o julgamento que levou à morte de Cristo foi político e denota a ambiguidade do governador romano, Pôncio Pilatos.
“Depois do interrogatório, ficou claro para Pilatos aquilo que, em princípio, ele já sabia antes: aquele Jesus não era um revolucionário político, a sua mensagem e o seu comportamento não constituíam um perigo para a dominação romana”, escreve Joseph Ratzinger.
Bento XVI sublinha que o Evangelho de João é o único que se refere ao diálogo entre Jesus e Pilatos, “no qual é apresentada, em toda a sua profundidade, a questão da realeza de Jesus, do motivo da sua morte”.
“A reivindicação da realeza messiânica era um delito político que devia ser punido pela justiça romana”, recorda, ao destacar que um rei sem legitimação de Roma era um rebelde que ameaçava a pax romana e, consequentemente, se tornava “réu de morte”.
O novo volume da obra de Bento XVI sobre defende, por outro lado, que a condenação de Cristo à morte não pode ser imputada aos judeus, mas à "aristocracia do templo" de Jerusalém, no século I.
“No quarto Evangelho (segundo São João), o círculo dos acusadores que pretendem a morte de Jesus é descrito com precisão e claramente limitado: trata-se precisamente da aristocracia do templo” de Jerusalém, indica.
POr fim, Bento XVI declara que Jesus não quis iniciar uma “revolução política” em Israel e que a “morte de outros em nome de Deus não correspondia ao seu modo de ser”.

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