quarta-feira, 13 de abril de 2011

Com João Paulo II aprendi a ter uma fé sólida, conta Dom Tomko

Nicole Melhado
Da Redação, com CTV (Tradução equipe CN Notícias)


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Para Dom Jozef Tomko, uma das principais carateristas de João Paulo II era o ardor missionário
“Por muitos anos tive a graça de servir a Igreja prestando meus serviços a João Paulo II. Dele aprendi a fé, uma fé sólida”, é o que destaca o Prefeito Emérito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Jozef Tomko, ao falar da beatificação do Papa Wojtyla, no próximo 1º de maio.

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.: Editoria especial sobre beatificação de João Paulo II


O cardeal eslovaco recorda a postura e as atitudes de João Paulo II diante das dificuldades vividas pelos católicos sob a ditadura soviética.

“Este período muito intenso iniciou, sobretudo, em 1979, quando ele quis pessoalmente impor as mãos sobre mim na minha ordenação episcopal na Capela Sistina”, conta o cardeal.

O prelado  ressalta que esta foi uma escolha pessoal do saudoso Papa, porque o regime naquela época era totalitário na Tchecoslováquia e não permitia mais de quatro pessoas numa festa ou celebração.

“Então ele resolvia pessoalmente o problema. Ele impôs suas mãos sobre mim, mãos que eu ainda sinto sobre minha cabeça”, lembra o cardeal.


Um Papa missionário

Dom Tomko dividiu com João Paulo II a paixão pela montanha e, sobretudo, o anseio missionário. Ele recorda que as primeiras palavras da Encíclica Redemptoris Missio sintetizam bem a visão do grande Papa sobre este tema.

“A missão de Cristo redentor, confiada à Igreja está ainda bem longe de ser completada. É o Espírito Santo que impulsiona a iluminar as grandes obras de Deus. ‘Não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o Evangelho!’ Em nome de toda Igreja, sinto o dever urgente de retomar este grito de São Paulo”, escreveu João Paulo II.

Para Dom Jozef Tomko, uma das principais caraterísticas de João Paulo II era o ardor missionário destacando que em todo o seu pontificado foram muitos quilômetros percorridos para chegar aos lugares da Terra onde Cristo ainda não era conhecido.

“Ele veio à Eslováquia três vezes. Recordo, sobretudo, a última viagem em 2003, quando já sentia mal e não caminhava mais. Também a voz era fraca e ele lia apenas uma ou duas frases. Assim, eu emprestei a ele minha voz na beatificação da irmã Zdenka Cecilia Schelingová e do bispo de rito bizantino Vasiľ Hopko. Ele estava sentado em baixo de um crucifixo. Foram dias muito fortes de experiências espirituais muito profundas”, recorda.

O Papa João Paulo II era uma pessoa de grandeza e ao mesmo tempo de uma simplicidade, ressalta o cardeal, e ao lado dele todos se sentiam bem.  “João Paulo II não só recordava os nomes das pessoas, mas também lembrava sobre o que ele tinha conversado com elas. Realmente tinha uma memória formidável. Havia muitas coisas a se aprender com João Paulo II: a generosidade sem fim, o empenho... Seu lema ‘Totus Tuus’, que fala sobre a mãe de Deus, sua mãe e mãe de Jesus, mostra como ele era ligado a ela; no ‘Totus’ é exposta uma total oferta espiritual. Este homem se doava em tudo, tudo”, enfatiza Dom Jozef Tomko.

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